Carta 7
Sr. Augusto Boal
É com muito prazer que venho por meio deste, primeiramente lhe agradecer
pelo lindo trabalho que iniciou com o Teatro do Oprimido. E também lhe
descrever minha experiência, de cinco anos, aplicando suas técnicas em crianças
de comunidades carentes para combater o índice de abusos sexuais infantis.
Bom, quando criança eu tive a
infeliz oportunidade de escutar um relato de uma amiga sobre seu pai “fazer
coisas” com ela. Contei para minha mãe imediatamente que tomou providencias
juntamente com a escola, que teve então um processo aberto e julgado dos abusos
sexuais que aquele pai cometia com suas duas filhas. Sabendo como é comum as
crianças terem receio de delatar seus agressores, e depois de conhecer bastante
sobre seus métodos de trabalhar Teatro do Oprimido, iniciei minha pesquisa em
cima disso.
Meu projeto consiste em trabalhar duas vezes por semana, num período de
três meses com um grupo pequeno de crianças de escolas periféricas, que
normalmente vivem em uma estrutura familiar abalada.
Juntamente com uma
colega psicóloga que é minha parceira, nós aplicamos diversas técnicas mas,
principalmente, o Teatro Fórum. Escutando e vendo a encenação daquelas
crianças, já identificamos muitos casos de abuso no passado e ainda frequente
na vida de cada uma.
A presença da minha parceira psicóloga, podemos aprofundarmos e
chegarmos a uma estratégia de acabar com aquela realidade de abuso que a
criança sofre, e resolver o caso o quanto antes. Além de alertar e deixar
consciente as outras crianças que não sofreram, mas se um dia vir a sofrer,
saber identificar o mais rápido possível e comunicar uma pessoa de confiança.
Suas pesquisas foram fundamentais para todo esse trabalho acontecer e
continuar acontecendo, sou grata. Estou me aprofundando cada dia mais no
assunto e espero chegar pelo menos perto de onde você chegou.
a técnica de usar o teatro e as encenações para identificar crianças que sofreram abusos ou que ainda sofrem é muito boa, e também a intenção e vontade de querer mudar essa realidade.\ Fernanda cor jesu
ResponderExcluirIago Colégio Corjesu
ResponderExcluirProposta muito interessante, a maior parte das crianças nem sabem que estão sendo abusadas dada a sua inocência, existem casos que as pessoas vão descobrir que foram abusadas só na vida adulta. E fazer a criança atuar como se fosse numa brincadeira é uma maneira muito inteligente de descobrir esses abusos. Belo trabalho
Muito bonita a sua atitude de trazer o Teatro do Oprimido para as crianças, visando encontrar possíveis casos de abuso sexual. Porque muitas dessas crianças são oprimidas, coagidas e ameaçadas para não contar o que houve com elas. Levar até elas o Teatro do Fórum, fazendo as decidir e se expressar é uma atitude muito inteligente e bela. Parabéns pelo projeto!
ResponderExcluirRicardo Augusto Alves França
É admirável a forma que o Teatro do Oprimido ainda se faz presente na atualidade, ajudando e encorajando tanta gente, até mesmo as crianças, a ter voz. Seu projeto com crianças é muito lindo, o combate ao abuso de crianças e adolescentes não deve ser lutado apenas no Maio Laranja, mas também ser exposto em todos os âmbitos da sociedade e o teatro é uma ótima ferramenta para isso. Auxilia aqueles que já sofreram com a violência sexual, os que ainda estão nessa situação e pretende levar a conscientização para todos na sociedade.
ResponderExcluirLetícia Ribeiro Monteiro Castro
A comunicação com crianças exige maior sutileza e responsabilidade, pois se trata de um grupo inocente. A associação direta entre a pedagogia do Teatro do Oprimido com a psicologia é inteligentíssima para identificar abusos sexuais, uma vez que não é um método invasivo e promove o desenvolvimento da consciência sobre a violência em uma larga escala.
ResponderExcluirAna Beatriz- Anchieta