Carta 21

Caro Augusto Boal

 

            No meio de um momento super complicado, venho lhe contar sobre as coisas que nos vem acontecendo, que de fato consiste em um tempo opressor, tempo opressor no qual se conclui no meio de tantas situações que as pessoas do mundo inteiro estão passando, muitos não conseguem enfrentar, pois assim estão vivendo o fim de suas vidas, ou de seus empregos, passando pelo desespero de ter que ver suas famílias se destruírem, por causa de um vírus que chegou e até agora não foi embora e só anda se alastrando na vida de mais humanos, independente da raça, condição ou origem. Em um tempo opressor que não é só quem a sociedade dita como inferior que está sentindo de fato a opressão.

Boal esse vírus veio para também mostrar que todos caminham no mesmo barco e todos estão sujeitos a sofrer e passar por dificuldades, que cada um de nós tem a sua história, mas que a história do covid é quase a mesma para cada um.

Graças a você pude algumas vezes trabalhar, discutir e questionar as opressões que sofri  ao longo do caminho da vida e nesse momento há muita gente  discutindo sobre essa tema também, não só quem participou dos nossos encontros e não só quem desabafou nas aulas de Silva Paes, e de muitos outros realizadores do teatro do oprimido, que estão se mostrando cada vez mais em suas redes sociais, que é o único meio que ainda se tem na interação humana, sem se colocar e colocas a vida do outro em risco. Além de tudo temos um homem muito perigoso no poder que está agindo de forma muito irresponsável assassinando e instigando uma nação inteira a correr riscos.

Com isso estou utilizando de uma plataforma virtual, uma maneira de realizar o teatro do oprimido com segurança, para aqueles que necessitam compartilhar e por para fora seus anseios, essa foi uma tentativa minha como uma realizadora do qual, tento ajudar o próximo, e por em prática o que você nos ensinou, com toda sua generosidade. Enfim, nunca vamos deixar sua obra acabar, eterno mestre, gratidão Augusto Boal.