Carta 19

Olá Boal!

 

Aqui estou informando pelos os seus ensinamentos multidisciplinares, o quanto o Teatro do Oprimido me ensinou não só como educadora, mas também, como um ser na sociedade.

Muitas pessoas devem está falando o quanto se sentiram nos seus lugares e terem sido representados tanto no palco quanto na sua forma de ensinamento, eu no meu caso sei onde é o meu lugar, sou mulher branca e cis e saber o quanto temos que ter cuidado de onde estamos e como podemos tratar as pessoas foi um ensinamento para mim. Eu sei dos meus privilégios e sei também sobre como ser uma mulher em uma sociedade totalmente machista tem suas dificuldades, mas eu não percebia e não reconhecia. Não reconhecia os meus privilégios e nem toda uma opressão estava minha volta.

Em 2017 estudei em um grupo de teatro do Oprimido chamado Jovens De Expressão com o espetáculo MARGEM DE ERRO, onde trabalhamos todas as suas técnicas, dês teatro Imagem até o Teatro Fórum, com isso percebi o quanto eu ainda estava vivendo em uma bolha e poderia sair dela. Estudando e tendo experiências com 'não atores' que sofreram repressões onde eu não vivi e machismos e assédios que passei, vi que o mundo é muito mais político e menos discutido sobre os problemas que realmente estão na nossa volta.

Com o Teatro Imagem vivenciei momentos de reflexão que não são ensinados principalmente para nós mulheres o que é errado e não pode ser aceito, mas aceitamos. Fizemos experimentações com Teatro do Invisível, e observei o quanto mulheres são repreendidas diariamente e a sociedade parece não se importar e o quanto pudesse ser discutido, o quanto um negro é discriminado todos os dias e não se importamos, o quanto um LGBT é julgado e maquiamos.

Com os seus jogos entendemos que pequenas 'falas' podem ser prejudiciais e o quanto devemos aprender e melhorar.

Isso ajudou e reformulou para usarmos tanto o teatro oprimido nas escolas quanto em comunidades e palcos.

 Obrigada Augusto Boal, obrigada por me ensinar qual era o meu lugar de fala e tentar entender e me compreender como mulher. Hoje sou atriz e trabalho com Teatro Político.

Com seus e ensinamentos aprendi a me auto conhecer.


Comentários

  1. Olá meu nome é Maria Eduarda Loiola, sou da 3° série do ensino médio, achei super interessante o quanto os ensinamentos de Boal ajudaram ela a ser quem ela é nos dias de hoje, em como ela se encontrou, reconhecendo seus privilégios, e em como trabalhar com não atores ajudou ela.

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  2. A carta se faz muito interessante, ao apresentar todos os casos em que a autora procura identificar os problemas em que cada comunidade se encontra. Usando também as varias técnicas de teatro, como o Oprimido, Imagem e o Fórum. E também é interessante saber como o trabalho com os "não atores" ajudou ela a entender o seu próprio lugar de fala, em relação ao seus privilégios.

    Joao Victor Raulino

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  3. A carta acima, me mostrou algo que venho tentando ter a pouco tempo, que é a forma como vemos as coisas. Isso é algo que venho tentando quebrar, a forma como vemos as coisa, procurando novas formas de enxergar pessoas. Sua carta só me fez querer continuar seguindo com esse caminho, obrigado.

    ass: Yan Ulhoa Vilela Sakayo

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  4. Essa carta me mostrou que também sou assim, por viver em um mundo onde o machismo ainda não é considerado algo tão importante como deveria ser, pois somos ensinadas desse jeito, esse parece ser o normal, mas não é e com a convivência de pessoas ao nosso redor acabamos percebendo isso, como com os ¨não atores¨ e os ensinamentos de Boal.
    Andressa Nogueira Ferreira

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  5. Olá cara escritora atriz! O Teatro Invisível criado por Boal cuja proposta é a representação de uma cena diante de pessoas que não sabem que estão sendo espectadoras da ação dramática, e precisa acontecer num ambiente diferente do teatral, o mais dentro do cotidiano das pessoas. Para esta forma de apresentação é preciso a preparação de um roteiro de improvisação, onde já se ensaie a possível interferência do espectador no ato estético coletivo, se encaixa perfeitamente no que é discorrido na sua carta pois, a sociedade machista em que vivemos desde sempre nos proporciona situações constrangedoras e tristes que infelizmente muitas mulheres ainda não conseguem perceber que não é normal ou não conseguem se defender diante de certos tratamentos então e extremamente necessário que se faça encenações como essa nas ruas para que a sociedade perceba a grande presença do machismo enrraizado e consiga de certa forma interferir na situação encenada como se estivesse presenciando de verdadeiramente pois acontece cotidianamente com todas as mulheres. Parabéns pelo relato de mudança ocorrido em sua vida, acredito que a arte transforma as pessoas de um jeito incrível mesmo.
    Maria Laura Rodrigues da Silva
    Colégio Espu Coc

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  6. Essa carta nos faz refletir e enxergar as coisas de outra forma, nos faz enxergar todos os problemas em que cada comunidade se encontra. E a sua ideia de ingressar as técnicas do teatro do oprimido é muito importante! Nós mostra também as experiências que a autora viveu com os “não atores”, e assim ela conseguiu encontrar seu lugar dentro do teatro, o que foi muito bom pra ela.
    - Daniel Alves Zacarias

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