Carta 14

Caríssimo Augusto Boal,

 

Há cinco anos venho desenvolvendo técnicas do teatro Fórum com um grupo de mulheres moradoras de Sobradinho II, que vivem em situação de carência social.

Em cena, essas mulheres se encontram em relacionamentos violentos, mas tem dificuldade de enxergar os maridos como agressores. Durante a interpretação, sempre que há uma cena forte, é uma oportunidade de ilustrar ao opressor a verdade da situação apresentada. E o oprimido pode, de certa forma, mudar a cena / vida.

Essas cenas foram feitas com várias mulheres em vários momentos, e em muitas delas o opressor se enxergou projetado no palco.

Gostaria de solicitar ao senhor, professor, a oportunidade de continuar expandindo meu projeto com essas mulheres. Agradeço a chance de ser multiplicadora do seu trabalho, que ajuda e tem ajudado muitas pessoas a identificar que se encontram nesses mesmos cenários.

Aproveito pra te informar como anda nosso querido Brasil: estamos vivendo um momento de Pandemia e as pessoas estão em isolamento social faz mais de mês - muitas já faleceram, a situação é muito grave. Porque temos que evitar aglomerações, os trabalhos também estão parados.

Quando essa situação se resolver, a gente vai retornar com todos os projetos comunitários programados. É uma atividade muito significativa pra todos os envolvidos, incluindo eu.

Podemos conversar mais a respeito de tudo isso em outra ocasião.

 

Obrigada.


Comentários

  1. Foi criativo e interessante a ideia do autor ,pois por meio do teatro pode mostrar como era a realidade de um casal o qual as mulheres cegas de amor pelos seus maridos, não eram capazes de verem seus maridos com uma pessoa ruim ,mas o teatro deu uma outra visão ao oprimido para que mudasse a "cena/vida" e acabasse com essas relações violentas ou o opressor ao se identificar com a cena, pudesse enxergar seu erro e começar a demostrar mais afeto do que ódio em sua parceira.
    -Arthur Claret-

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  2. Pedro Neves - 3ª C.J
    A violência doméstica é um fato presente em larga escala comprovadamente e, relatar isso, além de criticar e demonstrar a opressão, é extremamente necessário! Ajudar o oprimido e tentar mostrar seu desvio social, principalmente na pandemia, é uma bela atitude e também pode mudar muitas vidas.

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  3. É bom ver que existem pessoas lutando contra a violência domestica, ainda mais utilizando o teatro para isso.É algo que realmente é algo de se admirar.

    Ass: yan ulhoa vilela sakayo

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  4. E certo que a violência domestica e uma realidade para muitas mulheres e mostrar isso de modo teatral e algo ótimo pois pode se mostrar o real de forma nua e crua chocando muitas pessoas para o real tomara que vá para frente e de coragem para mulheres para denunciarem.
    David Leonel,3-EM ESPU COC

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  5. A carta é uma maneira diversificada de utilizar o teatro oprimido nessa época de pandemia. Assim gostei que o tema violência doméstica foi abordado, pois é notório que ele é uma dura realidade de muitas pessoas, e alertar isso a um número de pessoas é importante.
    Millena Neves Mariano Pozzo - coc

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  6. Bem criativo a ideia de criar cenas ilustrando agressões e outros tipos de cenas fortes, tentando mostrar a realidade de algumas mulheres e lutando contra um relacionamento violento

    -André Moreira Madriles

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  7. Olá!! A violência doméstica é um assusto que infelizmente ainda é uma realidade de muitas mulheres no Brasil. Achei muito lindo sua iniciativa e sensibilidade de ajudá-las com a arte de se expressar, dando voz e concedendo aos telespectadores a percepção do oprimido e do opressor através do Teatro Fórum. Parabéns!
    Letícia Ribeiro Monteiro Castro

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  8. É muito interessante ter as violências domésticas sendo representadas nos palcos, traz um ponto de vista novo ao opressor, que como você disse se sente representado na cena. É um assunto que ainda precisa ser muito debatido, a violência doméstica no Brasil é mais comum do que se pensa. Uma ótima iniciativa, desejo boa sorte ao projeto.
    Kamily Gomes Medrado - espu coc

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  9. É importante retratar e abordar um assunto tão sério e infelizmente tão comum em nossa sociedade. Através do teatro e da encenação, mostrar ao oprimido que ele pode ter voz, e ao agressor qual pode ser sua pena, além do retrato de seu ato de violência. Todos os dias vemos o aumento de casos de violência doméstica, principalmente nessa época de pandemia. E a conscientização de todos, até de quem está de fora, como parentes e vizinhos é importante e pode salvar vidas. Bela e importante iniciativa.
    - João Pedro Oliveira de Araújo

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