Carta 4
Senhor Augusto Boal,
Primeiramente gostaria de dizer que é um imenso prazer compartilhar através dessa carta a minha experiência com Teatro do Oprimido, como ele tem transformado a minha vida e a de outras pessoas ao meu redor. Quando tive o primeiro contato com TO no Ensino Médio através da melhor professora de português que já tive, Ana Claudia. Imaginei que iria realizar um desejo, fazer teatro. Encenar uma peça de teatro como atriz. Logo percebi que, com o Teatro do Oprimido, eu iria muito além. Através de todas as dinâmicas passadas em sala de aula e também fora dela, descobri como orientadora do processo de montagem de um espetáculo, e essa experiência me fez evoluir como pessoa. Até então, não conhecia essa minha potencialidade, não me imaginava capaz de ter o domínio de estar à frente de um grupo de pessoas vindas de realidades tão distintas.
Após me formar
continuei tendo contato com professora e aprendendo ainda mais sobre o universo
do TO, juntamente com a Ana Claudia e outros ex-alunos começamos a trabalhar em
um Centro de Atendimento Psicossocial de SP, com usuários da saúde mental e
depois também com seus familiares; e quando a gente viu até os funcionários
estavam pedindo para entrar no grupo: “Eu também quero fazer teatro!” Por isso,
nosso grupo cresceu tanto e com tantas pessoas diferentes. Por incrível que
pareça, às vezes, os familiares estão mais frágeis que os usuários. Mais
incrível ainda é notar que, muitas vezes, são os funcionários os mais sensíveis
e necessitados de Teatro do Oprimido Essa ligação de pessoas tão diferentes,
faz o grupo ser ainda mais especial.
Sempre
que nos apresentamos promovemos discussões sobre Saúde Mental que está muito
além do que as pessoas sabem. Nossas mais recentes apresentações foram na
Mostra de Teatro do Oprimido em São Paulo e também na Conferência Nacional de
Saúde Mental, debatemos com mais de 1 mil profissionais a política pública de
Saúde Mental. Não imaginávamos chegar tão longe. Me sinto muito honrada em
prestar esse trabalho para sociedade, me sinto tão feliz quando ouço dos
participantes do grupo que mudaram sua maneira de pensar e agir e que hoje são
mais felizes, que buscam alegria até na cor das roupas que vestem. Perceberam
que a vida sem cor é tristeza e, como teatro é vida, usarão cores vivas,
alegres. Temos diversos familiares planejando transformar outras histórias
reais em peças de Teatro. Através dessa experiência, podemos entender melhor o
que cada um passa em sua vida. Para compreender mais e julgar menos. Tenho
orgulho em ser multiplicadora desse projeto.
julia rosa, Cor Jesu- df
ResponderExcluirMuito bonito ver como você usou o TO para ajudar na saúde mental das pessoas, isso faz estimularem sua alegria e a perceber que a vida é colorida e que momentos como depressão serão vencidos.
Renato Rocha, 3ºA do corjesu: Que ideia genial, usar o TO para ajudar a saude mental das pessoas é realmente incrivel, é realmente admiravel que alguem possa pensar em tantas formas para ajudar os outros!
ResponderExcluirEssa carta nos mostra como é bom fazer parte de algo que ajuda os outros, onde todos os envolvidos são beneficiados, tanto os participantes, como os familiares, os funcionários, todos tem um grande benefício de estar fazendo isso para ajudar a tantos, é lindo de ver e espero que tudo continue dando certo para este projeto e isso só é feito graças aos ensinamentos de Boal.
ResponderExcluirAndressa Nogueira Ferreira
Os ensinamentos deixados por Boal permitem que histórias como a sua aconteçam. Gratificante saber que há pessoas como a Ana Claudia trabalham e incentivam as pessoas ao redor a fazerem parte de ações que vão ajudar o próximo. Temos, mais do que nunca, lembrar de ter empatia agora. Parabéns a vocês.
ResponderExcluirKamily Gomes Medrado - espu coc